Qual o Maior Risco da Inteligência Artificial?
Analisamos a influência da Inteligência Artificial na nossa forma de pensar criticamente, criar e inovar e como podemos agir diante desse cenário.
6/10/20254 min read
Qual o maior risco da Inteligência Artificial?
Nos últimos anos muito tem se falado sobre os prós e contras da IA e como ela irá influenciar a humanidade. Alguns especialistas dizem que a IA possui potencial para destruir o mundo e quase todos os empregos, outros afirmam que ela é nossa salvação e irá resolver quase todos os nossos problemas. Mas afinal, quem está certo? Qual o maior risco que a IA pode nos oferecer?
A verdade é que somente o tempo poderá responder estas questões, estamos passando por uma transformação nunca antes vista na história. Muitos estudiosos do assunto dizem que estamos vivenciando atualmente algo muito semelhante ao que vivemos quando a internet começou a ser implementada. Lá no início, na era da internet lenta e discada não imaginávamos as imensas transformações que viveríamos décadas depois. Agora, com a IA, não é diferente. No que se refere a IA, em termos de comparação, estamos no momento da internet discada, tudo indica que a IA passará (já está passando) por uma evolução exponencial (assim como a internet passou), só que muitos dos efeitos dessa evolução são imprevisíveis atualmente.
Contudo, algumas mudanças geradas pela implementação da IA já podem ser notadas nos dias de hoje. A grande transformação que está ocorrendo na nossa capacidade de criatividade, inovação e pensamento crítico é inegável. Ferramentas de IA generativa como o ChatGPT e o DeepSeek estão transformando a forma como inovamos e pensamos. A moda agora é abrir mão da nossa criatividade, inovação e pensamento crítico. Estamos outorgando tudo isso para a IA e deixando que ela pense por nós, sem nem mesmo sabermos qual processo ela utilizou para chegar em suas respostas acreditamos fielmente que a IA chegou em uma resposta melhor do que nós chegaríamos se decidíssemos pensar por nós mesmos.
O foco atualmente está em desenvolver o melhor prompt para que a IA chegue a melhor resposta, abrimos mão da possibilidade de nós mesmos irmos atrás, pensarmos por conta própria e chegarmos até as respostas utilizando apenas nossos cérebros humanos. Este é o grande risco da IA. Estamos deixando que ela pense e decida tudo por nós e acreditando que o que a IA decidiu é melhor do que aquilo que um ser humano capacitado teria pensado e decidido por conta própria.
A ciência explica que é da natureza humana tentar poupar o máximo possível de energia e, consequentemente, entrar em ‘’zonas de conforto’’. Porém, a raça humana sobreviveu por milhares de anos até aqui buscando formas de poupar energia física principalmente, não energia mental. A busca incessante por economizar energia mental e pensar menos é bem mais recente e pode gerar efeitos desastrosos para todos nós. Esse processo pode acabar com a nossa autonomia mental e com a nossa capacidade de pensar por conta própria, o que vai contribuir significativamente para que sejamos cada vez mais dependentes da IA e daqueles que a controlam. Para que saber escrever um texto ou um livro se a IA escreve por nós?
Apesar de todos os problemas a humanidade já sobreviveu milhares de anos até aqui apenas com decisões humanas, geradas por cérebros humanos. Porém, nesse momento da história, a tendência é que essa lógica se altere e que as máquinas passem a decidir o que é melhor para os humanos. Muitos acham que assim será melhor. E se for pior? Qual a garantia de que essa mudança será de fato melhor?
Segundo Erik Brynjolfsson, diretor do Laboratório de Economia Digital de Stanford (EUA), as empresas de IA estão focadas na criação de máquinas que consigam replicar a inteligência humana. Segundo o economista, em seu artigo ‘’The Turing Trap: The Promise & Peril of Human-like Artificial Inteligence’’, essa busca por alcançar a inteligência humana tem levado a criação de IA e automações capazes de substituir trabalhadores humanos. Ele entende que a IA deveria ser utilizada para ampliar as capacidades dos trabalhadores e permitir que eles realizem novas tarefas, nisso deveria estar o foco das pesquisas e do desenvolvimento de IA, não em imitar a inteligência humana para substituí-la. Afinal esse objetivo atual irá gerar diversos danos econômicos, como o aumento da desigualdade, redução salarial e extinção de empregos.
Então devemos abandonar a IA e deixar de utiliza-la? Não! A IA veio para ficar e não é possível voltar atrás.
Entretanto, devemos rever a forma como a utilizamos. Devemos usá-la para complementar e auxiliar nosso trabalho crítico e criativo, não para que ela faça por nós. Pense por você mesmo ou com sua equipe as melhores ideias, as melhores formas de inovar e as melhores formas de ser criativo. Depois utilize a IA para complementar e aperfeiçoar o que vocês já haviam criado sozinhos, não abra mão da sua capacidade de inovação, de criatividade e de pensamento crítico por comodidade. Nos assuntos polêmicos e controversos também pense por você mesmo, pesquise e apenas depois utilize a IA, de forma complementar, caso ache necessário.
Essa é a melhor forma de superar esse grande risco que a IA está gerando para a humanidade. Jamais abra mão de sua autonomia de pensar criticamente, criar e inovar! Essas são as bases para empreender com sucesso. Não precisamos eliminar a IA, mas podemos ressignificar a forma como a utilizamos, assim ela poderá ser nossa verdadeira aliada e não nossa inimiga.
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